domingo, 18 de abril de 2010

Não se encarregou de cuidar do futuro

É porque nunca gostara muito de beijos. Sempre preferiu estar ali, compartilhando o momento, sentindo a mão suave, com aquela cabeça sobre seu colo. Falava da vida e das coisas que fazem dela a vida.
Mas se quer saber mesmo, nunca conseguiu acreditar completamente nas pessoas. Porque são corrompíveis em sua maioria. Porque por pessoas já foi enganado. Porque recebeu desprezo em troca de belos sentimentos, que agora supõe-nos que sente.
Apesar disso, nunca conseguiu traduzir a palavra amor, sempre nela acreditando francamente. Sempre esperou, porque o tempo se demonstra tão sábio, com toda a sua idade, embora muito compassivo por não ter acabado com essa podre humanidade - aquela humanindade a qual ele já perdeu quase toda a fé.
E se aquilo é pecado, que peque, que morra. Nunca achou muito lógico que as pessoas tivessem tanta vontade de acabar com a felicidade alheia. E é por isso que estava ali, sentindo aquela delicada mão na sua. O futuro? Ah, isso ele deixou como responsabilidade do Sr. Tempo, tão sábio.

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